Indiana Jones e a Última Cruzada

(Indiana Jones and the Last Crusade, 1989)

"You are named after the dog!?"

Uma das melhores aventuras do cinema. Portanto, um dos filmes mais divertidos que já vi.

Traz uma grande mudança em relação ao predecessor, humorísticamente falando, visto que é o mais leve do que deveria ser apenas uma excelente trilogia.

Ainda não assisti o último da franquia, mas não fiquei muito animado com o pouco que vi.

Aqui temos mais uma grande atuação de Harrison Ford, mostrando uma faceta desconhecida do personagem-título. Um lado mais sensível, frágil, em razão do relacionamento com seu pai, interpretado magistralmente por Sean Connery, o eterno 007.

Aliás, esta revela-se uma interessante "piada interna", já que a idéia da criação do personagem originou-se de um pedido negado do diretor Spielperg de dirigir um filme do espião britânico.

Os demais coadjuvantes estão muito, muito bem.

A trilha sonora é memorável, cortesia do mestre John Williams.

E a direção é fantástica. Afinal, esse filme é mais centrado no humor, mas seu grande trunfo é que as risadas não diluem a tensão causada pelas ótimas cenas de ação.

Ah, como é bom assistir cenas de ação que não são filmadas durante um terremoto... Sim, hoje em dia as cenas de ação são tão trêmulas e indistinguíveis que essa é a única explicação plausível.

Primeiro filme assistido no ano com muito prazer, obrigado.

5/5

Quando os tradutores têm razão... Ou não!

Quem nunca reclamou de títulos de filmes mal e porcamente traduzidos. Do óbvio Closer – Perto Demais ao estúpido Todo Mundo Quase Morto (Shaun of the Dead, no original). Esse ano, por exemplo, teremos Amor Sem Escalas (Up in the Air) e Direito de Amar (A Single Man). Por que, meu Deus, por quê!?

Alguns casos, no entanto, revelam-se escolhas acertadas. Como o sensacional Sangue Negro (There Will Be Blood) ou o clássico Crespúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard).

Aliás, as traduções antigamente eram o supra-sumo da criatividade: Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall), Os Brutos Também Amam (Shane), Assim Caminha a Humanidade (Giant), A Primeira Noite de Um Homem (The Graduate), Meu Ódio Será Sua Herança (The Wild Bunch), Três Homens em Conflito (The Good, The Bad and The Ugly), entre outros.

Nem todos necessariamente bons, tenha em mente.

Em Portugal também tem umas boas pérolas como Uma família à beira de um ataque de nervos (Little Miss Sunshine) ou Todos Bons Amigos (The Goodfellas).

Interessante que alguns ficam melhor aqui do que acolá, e vice-versa.

Talvez seria melhor se houvesse um intercâmbio entre os tradutores de ambos os países.

O cinéfilo agradece.

Batman: O Cavaleiro das Trevas

(The Dark Knight, 2008)

"To them, you're just a freak... like me!"

Filmaço.

Revisto em HD.

Melhor ainda!

Todos os ingredientes para tal.

Um elenco fabuloso, dirigidos pelo mais que competente Christopher Nolan.

Sem contar o roteiro inspirado, bem amarrado.

Melhor filme baseado em HQ já feito?

Talvez.

A certeza é de que não fica muito melhor que isso.

Espero estar enganado, no entanto.

5/5

Marley & Eu

(Marley & Me, 2008)

"World's Worst Dog"

Um filme legal.

Emocionante para quem teve e/ou tem cachorro.

E acerta em não focar tanto no canino como em outros filmes do gênero.

Daqueles que focam no cachorro inclinando a cabeça de lado observando curiosamente os tolos donos.

Jeniffer Aniston está bem. Nunca foi uma atriz de exageros na comédia, e acertadamente mantém o tom no drama.

Ao passo que Owen Wilson faz aquele cara simpático, de fala mansa, que conquista a platéia. Mas falha nas cenas dramáticas...

Lógico que o final é feito para chorar, e é difícil não se emocionar.

E isso chega a incomodar ao final da projeção.

No entanto, esse é típico um sessão da tarde, e isso já era de se esperar.

Mesmo que seja um acima da média.

3/5

Ortodontia

Na sala 203.

Quem fez esse anúncio é piroquinha mesmo.

Minhas Adoráveis Ex-Namoradas

(Ghosts of Girlfriends Past, 2009)


Basta ler a sinopse, um pouco de imaginação e você irá adivinhar tudo que acontece no filme.

O que temos de interessante aqui, é que este é uma releitura do clássico "Um Conto de Natal" de Charles Dickens.

Ok, ok. Já tivemos várias adaptações do conto na TV e no cinema. Esse ano mesmo já saiu uma animação com o Jim Carrey, dirigida pelo Robert Zemeckis (o qual pretendo ver, algum dia).

De qualquer forma temos uma comédia romântica com potencial, mas que não vai muito além disso.

Assim como no conto original, o personagem principal fica bem menos interessante ao final da penitência.

Algumas risadas aqui e ali, situações repetidas e um final açucarado que quase me deixou diabético.

Pelo menos não é muito longo e tem um divertido Michael Douglas.

2,5/5

Antes Que O Diabo Saiba Que Você Está Morto

(Before the Devil Knows You're Dead, 2007)

"It's a Mom and Pop operation"

Homem primata. Capitalismo selvagem.

Muitas pessoas, devido a problemas financeiro, procuram desesperadamente soluções amorais e fáceis, à primeira vista.

Após falhar miseravelmente, passam a entender o tamanho da besteira que fizeram e, eventualmente, a sofrer as devidas consequências.

Isso se você não estiver em Brasília, claro.

Este é um filme tão bom que eu poderia simplesmente parar por aqui e te convencer a ir assistí-lo logo.

Ainda aqui?

Ok.

Nele Ethan Hawke e Philip Seymour Hoffman interpretam brilhantemente os irmãos Hanson.

Não, esta não é uma cinebiografia daquela famigerada Boy Band.

Num dos melhores filmes de 2007 - talvez o melhor ano do cinema nesta década - que conta a história desses irmãos que decidem assaltar uma joalheria, mas nada sai como o planejado.

Um dos grandes trunfos do filme é a sua narrativa fragmentada, indo e voltando em pontos-chaves apenas para mostrá-los a partir de pontos de vista diferentes.

Acertadamente, Sidney Lumet as filma sob ângulos diferentes. Um diretor fraco as tornaria redundantes ou didáticas. Um diferenciado como Lumet as torna interessantes.

Com isso os personagens são muito bem desenvolvidos, auxiliados por grandes atuações.

Inclusive com personagens secundários como Gina (Marisa Tomei) e Charles (Albert Finney), o pai dos irmãos.

Ethan Hawke está muito bem como o caçula fracassado que acaba tendo sua fragilidade explorada pelo irmão mais velho de maneira impiedosa.

E aí, senhoras e senhores, temos uma atuação monstruosa de Hoffman. Mais uma.

A dolorosa conversa do personagem dele com o pai, na qual expressa seu sentimento de inadequação e frustração, torna seus atos mais compreensíveis (mas não justificáveis). Ou no ato final e sua busca pela redenção mostram que o ator é um dos melhores da sua geração.

Um filme denso, curioso e com um final altamente dramático conduzido por um diretor genial e seu elenco impecável.

4,5/5